Reflectir sobre a cimeira de Copenhaga 2010, Arghhh...
<< 46 200 toneladas de dióxido de carbono. Ironicamente, após o falhanço das negociações mundiais por um protocolo contra as emissões de gases poluentes, foi o que sobrou da Cimeira de Copenhaga. A maioria dos líderes preferiu viajar para a Dinamarca de jacto privado.
Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço poderia ser um lema para a última cimeira pelo Ambiente em Copenhaga. Mais de 42 mil toneladas de dióxido de carbono foram enviadas para a atmosfera durante os onze dias em que decorreu o encontro. Comparando, emitiu-se tanto como 2300 americanos ou 600 mil etíopes num ano. Pior: 40 500 toneladas vieram apenas das viagens de avião até à capital dinamarquesa.
Essa foi a primeira polémica a estalar em relação ao COP15. O aeroporto de Copenhaga esperava 140 jactos privados, incluindo o Falcon do primeiro-ministro José Sócrates. Aqueles que não conseguiam aterrar foram desviados para aeroportos regionais ou então para a vizinha Suécia. Isto implicou o uso de mais transportes, particulares ou não, desde esses locais até à capital.
A Suécia prontificou-se a compensar essas emissões - algo que faz normalmente - mas a maioria dos países não. O primeiro-ministro indiano, Manmoham Singh, desculpou a sua viagem de jacto com razões de segurança. Ali ao lado da Dinamarca, Jens Stoltenberg, primeiro-ministro da Noruega, foi duramente criticado por ter viajado de jacto privado, quando é conhecido pelos conselhos "verdes" que dá aos seus cidadãos.
Os bons exemplos vieram da Tailândia, Áustria e Finlândia, com os respectivos representantes destes países a viajar de avião comercial. Também a Holanda e a Suíça se destacaram, ajudados pela geografia: os ministros do Ambiente dos dois países chegaram a Copenhaga de comboio.
Além de ter falhado um acordo pelas alterações climáticas, o COP15 também foi palco de alguns excessos, ou não tivéssemos a presença dos mais importantes líderes mundiais. Por exemplo, foram alugadas 1200 limusinas para transportar os representantes de cada país, desde os hotéis para o Bella Center, onde se realizou a cimeira, e dentro da capital dinamarquesa. Apenas uma ínfima parte delas era híbrida, relatou o jornal britânico The Telegraph, na altura.
"Os dinamarqueses tentaram ao máximo cumprir as regras", diz Ana Rita Antunes que, juntamente com Francisco Ferreira, foi representar a associação ambientalista Quercus no encontro.
"Havia chocolate e café de comércio justo. Comida vegetariana e biológica", enumera aquele ecologista que considera que não se importaria com estes gastos "desde que o protocolo tivesse sido assinado".
"Ao entrar no Bella Center, é oferecido um livro de 302 páginas que explica como se pode tornar vegetariano. Comer carne, principalmente gado, é responsável por 50 por cento dos gases de efeito de estufa", conta William La Jeunesse, da cadeia de televisão Fox News.
O problema é que, em média, uma árvore produz 71 145 folhas de papel. Dividindo pelas páginas deste livro, teremos uma árvore abatida a cada 236 volumes.
Outro problema com o papel surgiu com o programa que era entregue na cimeira, duas vezes por dia. Ali davam-se informações sobre quem discursaria, quando e onde. Numa terça-feira tinha 58 páginas e na quarta-feira tinha 48. Fazendo as contas, foram gastas 1,56 milhões de folhas só nesses dois dias. A ambientalista Ana Rita Antunes confirma: "Não havia papel reciclado." >>
Retirado de: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1472004&seccao=Biosfera
Á excepção do saudar da Aústria, Finlândia, Tailândia, Suíça e Holanda que se deslocaram de um modo minimamente ecológico, quando todos deviam tê-lo feito, não tenho nada a acrescentar.
Sem comentários:
Enviar um comentário