Estrangulamento financeiro das universidades públicas: política do governo para obrigar à comercialização do ensino
[Algo vai muito mal.
São anos sucessivos de sub-orçamentação: desde 2005, uma diminuição de 25%!!!
É o forçar da comercialização da educação superior, fatia mais apetitosa do sistema público de ensino, aquela que tem mais perspectivas de dar lucro.
Entretanto, a qualidade «que se lixe»! Para não falar da letra e do espírito da constituição que estes governantes desde cedo atiraram para o «caixote do lixo da história». Só «cumprem» aquilo que lhes convém do texto base da nossa «democracia». O texto constitucional é bem claro ao estabelecer que o ensino é tendencialmente gratuito, devendo ser assegurado pelo Estado, garantindo este equidade no seu acesso.
No caso do ensino superior, a desorçamentação, vai puxar para baixo a qualidade: vai haver uma proporção maior de alunos por docente, vai diminuir a componente de pesquisa, essencial para que o superior não seja uma mera caixa de ressonância de conhecimentos adquiridos por outros, mas também produtor de novos conhecimentos.
Nada disto interessa... ou interessa que seja tudo pior: assim vai-se convencer as universidades estatais a cairem nos braços de mecenas privados, que vão exigir contrapartidas, além de ser favorável para as universidades privadas!!
Vejam a notícia abaixo, da TSF
MB]
Universidade de Lisboa acusa Governo de estar a prejudicar qualidade
Hoje às 09:09
O Senado da Universidade de Lisboa acusa o Governo de sugerir às universidades práticas de sub-orçamentação, obrigando-as a medidas de comercialização do ensino e a uma desqualificação do corpo docente.
Uma crítica que se segue à do presidente do Conselho de Reitores, Seabra Santos, que na semana passada tinha afirmado que a actual fórmula de financiamento do ensino superior incentiva à gestão danosa.
O Senado da Universidade de Lisboa fez também críticas no mesmo sentido numa deliberação aprovada a 11 de Setembro e que chega agora ao conhecimento público.
No documento, acusa o Governo de obrigar as universidades a comercializar o ensino e a desqualificar o corpo docente.
Na base das críticas está a redução das verbas transferidas pelo Estado para assegurar o funcionamento da instituição, valores que desde 2005 diminuíram cerca de 25 por cento.
Por este motivo, escreve o senado, a situação económica da instituição é dramática. com consequências a vários níveis, a qualidade do ensino, o desenvolvimento de políticas estratégicas e os recursos humanos.
A Universidade de Lisboa é uma das cinco que tiveram os aumentos mais baixos em relação ao Orçamento de 2009, na ordem dos dois por cento abaixo, do valor previsto da inflação.
Na semana passada, depois das críticas do presidente do conselho de reitores, o Ministério do Ensino Superior veio dizer que só falará sobre o financiamento das universidades depois da aprovação do Orçamento de Estado para o próximo ano.
http://www.luta-social.org/
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