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quarta-feira, 9 de julho de 2008

[Japão] Cimeira G8 - Julho 2008

Os mais altos representantes dos países do G8 (Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia) estão reunidos numa localidade termal de Tokayo, nas montanhas do Norte do Japão, desde segunda-feira.


Em cima da mesa estiveram questões como a subida das pressões inflacionistas na economia global devido ao aumento dos preços das matérias-primas, assunto que foi encarado como uma séria ameaça à estabilidade do "crescimento mundial" e das vidas dos mais pobres.


Redução de 50 por cento de emissões de dióxido carbono

Os oitos países mais industrializados do mundo definiram que até 2050 vão reduzir mais de metade das emissões de gases com efeito de estufa. Aprovaram ainda declarações relativas à crise na energia, na alimentação, assim como às situações no Zimbabué, no Irão e na Coreia do Norte.

Os Estados Unidos subscreveram a intenção, apesar do privilégio de traçarem as suas próprias datas e limites.

Organizações não governamentais (ONG) e os cinco países em desenvolvimento (África do Sul, Brasil, China, índia e México) consideram que esta é uma declaração de boa vontade, mas duvidam dos efeitos concretos da decisão. O acordo “não vai impedir o caos climático”, comentou um activista da Greenpeace.

Crise alimentar atenuada pela disponibilização de stocks

Os países do G8 estão “profundamente preocupados pelo forte aumento dos preços mundiais na alimentação” que “ameaçam a segurança alimentar mundial”. O Banco Mundial revelou que os preços dos alimentos aumentaram 80 por cento desde 2005.

O anúncio de Durão Barroso, em nome da União Europeia, da proposta de um fundo de mil milhões de dólares para incentivar a agricultura dos países em desenvolvimento mereceu as reservas da chanceler alemã. Angela Merkel não rejeitou totalmente a proposta, mas também não afasta a possibilidade de impedir a sua aplicação. O fundo iria buscar a verba aos orçamentos dos fundos agrícolas não utilizados em 2008 e 2009.

Berlim considera que os donativos monetários para combater a crise alimentar já são substanciais, devendo os fundos a que se refere o presidente da Comissão Europeia ser empregues noutras áreas.

Deverá ser assegurada “a compatibilidade das políticas de produção duradoura de biocombustíveis com a segurança alimentar”, refere o texto do G8. Uma posição criticada pela ONG Oxfam. “Os líderes do G8 não compreendem nada. Os factos são claros: as políticas de encorajamento aos biocombustíveis representam 75 por cento do problema”, disse Jeremy Hobbs.

Capacidades de produção de petróleo devem aumentar

O aumento das “capacidades de produção e refinação a curto prazo”, o reconhecimento da necessidade de “esforços suplementares para melhorar a eficácia energética” e a diversificação das fontes de energia foram apontados como medidas necessárias para os países que maior quantidade de energia consomem.

Este assunto foi abordado sem profundidade na cimeira. “O aspecto mais surpreendente são todas as coisas que faltam na vertente da energia”, comentou o director do grupo de pesquisa no G8 para a Universidade de Toronto. Da cimeira “não resultou qualquer apelo para reduzir as subvenções, para se desembaraçar dos controlos dos preços”, sublinhou John Kirton.

Aumentou a pressão internacional ao Zimbabué

Os países condenaram a violência que grassa no país africano desde Março, altura em que começou o processo eleitoral para escolher o novo presidente do país.

Irão deverá “suspender qualquer actividade de enriquecimento de urânio"

“Exprimimos as nossas mais sérias dúvidas respeitantes aos riscos de proliferação que coloca o programa iraniano nuclear e a omissão contínua pelo Irão de cumprir as suas obrigações internacionais”, refere um texto divulgado durante a cimeira.

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